..isto que sinto.
Tortura
"Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...
Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
-- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...
E puro como um ritmo de oração!
-- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...
São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!! "
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!! "
Florbela Espanca
Às vezes as emoções perdem-se num turbilhão de ideias e gestos, palavras que gritam mudas e se perdem na propagação do som.
Às vezes é impossível dizer o que sentimos e essa impossibilidade traduz-se das mais variadas maneiras.
Sentimentos que caíem dentro de nós e se afundam... às vezes nas lágrimas que os traduzem.
Quisera eu, saber sempre o que sinto e como o sinto, com que intensidade e de que maneira, como dizê-lo ao mundo e como guardá-lo só em mim.
... isto que sinto, ninguém sabe ao certo o que é...
Nem eu.
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