Wednesday, November 09, 2005

Imagens...


Como é que uma imagem se apodera da nossa cabeça?
Como é possível passar tanto tempo, e o sentimento não se apagar?
Sentires te presa a algo que não sabes explicar. Mas não se apagou, não se desvaneceu.
Não se arrancou a página. Ficou a cicatriz.
O pensamento não muda, por muito que se queira dar o passo em frente. Por muito que se queira olhar para o outro lado.
O corpo continua impávido e sereno, mas a alma inquieta.
O olhar não passa despercebido, os movimentos censuram os passos.
Passa o tempo, corre a vida, mas parece ter tudo parado a meio caminho.
Os olhos não tomam um novo rumo. A confusão instala-se.
Pede-se o novo dia, mas não chega.
Não se apagam as memórias…imagens…recordações.
Os riscos traçados ao longo dos dias. O percorrer do tempo.
Não existem palavras para justificar. Não há nome para o sentimento.
Apenas medo, muito medo.
A máscara que se põem já não serve. É frágil…estilhaça-se facilmente.
O porquê? Ninguém sabe.
Não se sabe de nada.
Nem de cores, nem de nuvens, de sonhos ou solidão.
Nem do mundo que rodeia, nem do dia-a-dia sempre igual.
Nem dessa coisa que atormenta.
Que ilumina a noite, que faz aparecer o sonho durante o dia.
Que assalta, sobressalta.
Dessa coisa estúpida que venceu.

2 Comments:

Blogger M. said...

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5:16 PM PST

 
Blogger M. said...

Atrevo-me a dizer que é um dos teus melhores textos.
Adoro a última frase.
Diz-me muito o texto, secalhar por isso gosto tanto.
Por vezes há amarras que dificilmente se soltam, há palavras que nos enleiam, olhares que nos prendem, gestos que nos fazem ficar, nos fazem esperar pelo melhor dia que virá, pelo corresponder das expectativas, pelo realizar dos sonhos.
Há um dia em que a fachada cai. Percebemos que afinal os dias eram todos iguais mas iam passando, tanto tempo... tanto tempo por um sonho que não se realiza, por uma palavra que não se diz, uma resposta que não chega e o novo dia foi todos os dias em que éramos iguais.. há um dia em que a "máscara que se põe já não serve" perde-se o que nunca se teve, perde-se o subterfúgio, porto em que nos abrigávamos, as verdades ficam expostas. Ficar ou partir?! Vencer o medo ou ser vencido?! " Não se sabe nada", há outras verdades, verdades que nunca haviamos visto e que agora são claras como água, agora que a máscara se estilhaçou, que a mascara já não nos tolda a visão e esconde o rosto.
E então um mundo inteiro e desconhecido se abre à nossa frente, nem cores, nem nuvens, nem sóis, nem luas, nem coisa alguma.. Era cartão, papel, tudo o que viamos dantes era fraco, fácil de rasgar e trasformar em pedaços, sonhos de papel, papel quimico, repetindo-se vezes e vezes sem conta, dia após dia, em que pensávamos saber de cores, de nuvens, de sonhos e de solidão. Percebemos que era tudo papel, era frágil, a máscara cai e há um novo mundo.. e então és tu e o mundo, sem máscaras, sem dores, sem sonhos, tudo novo, tudo o que sempre lá esteve, mas que vias com outros olhos e da coisa estúpida que teima em nos vencer nem sombra.

Beijos ***Ti amo****

5:19 PM PST

 

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