Monday, April 17, 2006

Esperança


A esperança alimentada do nada, mas suportando tudo, não se desvaneceu.
Vai, apenas, escurecendo o ínfimo de um ser. Tornando-o frio…cada vez mais frio.
Alimenta pequenas partes, dos dias, das noites, que aos poucos passam…em branco.
Riem-se de uma loucura lúcida que alimenta pedaços teus.
Riem-se de uma vontade tamanha de ver o amanhecer.
Da vontade que carrega os dias esperançosos.
Esta coisa estúpida que teima em não desaparecer.
Nem o vento, nem o tempo a fazem cair, ruir, despedaçar-se.
Uma luta entre ódio e amor é iniciada todos os dias. Contigo, só contigo, dentro de ti.
Uma esperança que teima em entristecer os dias. Uma esperança que os alimenta. Uma esperança vã. Branca como os dias, todos os dias.
O frio vai, no entanto, tornando-se insuportável. Não existem as palavras certas para o afastar. Só silêncio, nada mais que isso. E frio…tanto frio…
Gélida, afastas os medos. Fria, afastas os sonhos.
Menos um que se mantêm imponente. Firme perante todos os outros. Mas que aos poucos te sufoca. Te deixa sem saída.
Imaginas o cenário? Quatro paredes negras do tempo que passou. Uma luz que enfraquece. O nada, ninguém. O frio, vazio.
Mantêm-te viva, é certo, mas despedaçando momentos, escurecendo os dias.
Lá dentro está também a estúpida esperança.
Faltaram as palavras não ditas, no meio de tantas outras que deveriam ter permanecido no silêncio desse quarto enegrecido pelo tempo, de luz já baça…gasta para encontrar, talvez uma saída.
Esperança que levou a tantas lágrimas…a tantos sorrisos…a tanta coisa que no fundo nunca levou a nada…nunca levará…