Sunday, July 23, 2006

A Festa Voltou!



Artistas da Festa do «Avante!»2006

Homenagem a Lopes

Graça

com Coro Lopes Graça da Academia de Amadores de Música e Sinfonietta de Lisboa,

com o maestro Vasco Pearce de Azevedo e os pianistas

Miguel Borges Coelho e Olga Pratz

A música de Alain Oulman,

com Carla Pires, António Zambujo e Liana

A Naifa

Babylon Circus (França)

Boss AC com Sam theKid, Berg, Melo D e Chulage

Contra3aixos

Cristina Branco

Djumbai Jazz (Guiné-Bissau)

Gaiteiros de Lisboa, com Manuel Rocha

Laurent

Filipe em homenagem a Chet Baker

Led On: The Led Zeppelin Attitude Band

Luisa Basto

Mandrágora

Mayra Andrade (Cabo Verde)

Mawaca

(Brasil)

Navegante com o Ó Que Som Tem e Nancy Vieira

Obrint Pas (Catalunha)

Orquestra de Jazz de Matosinhos com Chris Cheek

Quinteto Mário Santos

Peatbog Faeries (Escócia)

Sérgio Godinho

Taraf de Haidouks (Roménia)

Telectu com Chris Cutler e Fred Frith

The Vicious Five

Tim (acústico)

Tito Paris (Cabo Verde)

Toque de Caixa

Tributo a António Aleixo: Kussondulola com Viviane, Prince

Wadada e Kilandukilo

Yellow W Van

Xutos & Pontapés

Para mais informações procura aqui

Vemo-nos por lá =)

Wednesday, April 26, 2006

E porque há textos que nos dizem tanto...


"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas.Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la.Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível.
(...)
Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. "
Mas eu aceito...
"Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?"
Eu aceito...
"Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto."
Eu bem o sei...
"O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. (...) O amor não se percebe. Não é para perceber.
O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficarmagoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."

Elogio ao Amor - Miguel Esteves Cardoso (Expresso)

Eu arrisquei...
Caí...
Levantei-me...para continuar o mesmo caminho...
Mas não consigo deixar de acreditar...

Chamam-me louca...
Talvez o seja...
Mas só o sou por acreditar...
E por, também, acreditar neste elogio...

Tuesday, April 25, 2006

Liberdade...


Não
podia
deixar
passar
este
dia
em
branco...




"Trago sedenta esta sede de tudo saber
De tudo dizer
Trago comigo
Esta raiva surda
De que tudo esta por fazer
Agarro nas minhas palavras
Agito-as ao vento
Deixando o meu pensamento
Vaguear ao sabor do tempo
e canto

Espero
Não te conheço
E é por ti que espero
Espero
Não te conheço
E eis que te quero

Penso em ti
Que continuas a sonhar enganado
Penso em ti
Que continuas a dormir acordado
Busco no suor
Da nossa dor
Aquilo que nos querem tirar
A nossa verdade que é a Liberdade
E canto

Espero
Não te conheço
E é por ti que espero
Espero
Não te conheço
E eis que te quero"

(Vitor Rosa)

Monday, April 17, 2006

Esperança


A esperança alimentada do nada, mas suportando tudo, não se desvaneceu.
Vai, apenas, escurecendo o ínfimo de um ser. Tornando-o frio…cada vez mais frio.
Alimenta pequenas partes, dos dias, das noites, que aos poucos passam…em branco.
Riem-se de uma loucura lúcida que alimenta pedaços teus.
Riem-se de uma vontade tamanha de ver o amanhecer.
Da vontade que carrega os dias esperançosos.
Esta coisa estúpida que teima em não desaparecer.
Nem o vento, nem o tempo a fazem cair, ruir, despedaçar-se.
Uma luta entre ódio e amor é iniciada todos os dias. Contigo, só contigo, dentro de ti.
Uma esperança que teima em entristecer os dias. Uma esperança que os alimenta. Uma esperança vã. Branca como os dias, todos os dias.
O frio vai, no entanto, tornando-se insuportável. Não existem as palavras certas para o afastar. Só silêncio, nada mais que isso. E frio…tanto frio…
Gélida, afastas os medos. Fria, afastas os sonhos.
Menos um que se mantêm imponente. Firme perante todos os outros. Mas que aos poucos te sufoca. Te deixa sem saída.
Imaginas o cenário? Quatro paredes negras do tempo que passou. Uma luz que enfraquece. O nada, ninguém. O frio, vazio.
Mantêm-te viva, é certo, mas despedaçando momentos, escurecendo os dias.
Lá dentro está também a estúpida esperança.
Faltaram as palavras não ditas, no meio de tantas outras que deveriam ter permanecido no silêncio desse quarto enegrecido pelo tempo, de luz já baça…gasta para encontrar, talvez uma saída.
Esperança que levou a tantas lágrimas…a tantos sorrisos…a tanta coisa que no fundo nunca levou a nada…nunca levará…

Sunday, February 26, 2006

L'Hymne de nos Campagnes

Si tu es né dans une cité HLM
Je te dédicace ce poème
En espérant qu'au fond de tes yeux ternes
Tu puisses y voir un petit brin d'herbe
Et les mans faut faire la part des choses
Il est grand temps de faire une pause
De troquer cette vie morose
Contre le parfum d'une rose

{Refrain:}

C'est l'hymne de nos campagnes
De nos rivières, de nos montagnes
De la vie man, du monde animal
Crie-le bien fort, use tes cordes vocales!
Pas de boulot, pas de diplômes
Partout la même odeur de zone
Plus rien n'agite tes neurones
Pas même le shit que tu mets dans tes cônes
Va voir ailleur, rien ne te retient
Va vite faire quelque chose de tes mains
Ne te retourne pas ici tu n'as rien
Et sois le premier à chanter ce refrain

{au Refrain}

Assieds-toi près d'une rivière
Ecoute le coulis de l'eau sur la terre
Dis-toi qu'au bout, hé ! il y a la mer
Et que ça, ça n'a rien d'éphémère
Tu comprendras alors que tu n'es rien
Comme celui avant toi, comme celui qui vient
Que le liquide qui coule dans tes mains
Te servira à vivre jusqu'à demain matin!

{au Refrain}

Assieds-toi près d'un vieux chêne
Et compare le à la race humaine
L'oxygène et l'ombre qu'il t'amène
Mérite-t-il les coups de hache qui le saigne ?
Lève la tête, regarde ces feuilles
Tu verras peut-être un écureuil
Qui te regarde de tout son orgueuil
Sa maison est là, tu es sur le seuil...

{au Refrain}

Peut-être que je parle pour ne rien dire
Que quand tu m'écoutes tu as envie de rire
Mais si le béton est ton avenir
Dis-toi que c'est la forêt qui fait que tu respires
J'aimerais pour tous les animaux
Que tu captes le message de mes mots
Car un lopin de terre, une tige de roseau
Servira la croissance de tes marmots !

{au Refrain}

Tryo

Tuesday, February 07, 2006

Escrevo-te...


Escrevo-te…
A ti que me ouves, que me olhas, que me sentes, que me lês.
Escrevo-te com o poder da liberdade.
Sem descriminação.
Escrevo-te sem palavras difíceis.

Sem tópicos, items, etecetras.
Sem lógica ou qualquer razão.
Ou mesmo sentido algum.
Sem pensamentos nas entrelinhas.
Apenas porque preciso.
Para afastar as sombras que me rodeiam, que me roubam aos poucos a luz.
Saída fácil.
Ideia estúpida.
Um subterfúgio à realidade.
Escrevo-te para espairecer.
Para esquecer tudo o que não quero.
Para tentar apagar, em vão, tudo o que me percorre.
Talvez por ser isto uma certeza.
Não mais uma ilusão.
Ninguém apagará estas pequenas linhas.
Porém frágeis. Mas um porto para ti.
Escrevo-te por querer entender.
Ou por querer que me entendas.
Ou só porque sim.
Porque nada mais me ocorre para trazer de novo a luz a um caminho empoeirado.
Apagado talvez.
Cerrado, em obras. Intransmissível.
Mais uma barreira.
Apenas ultrapassada em sonhos.
Escrevo-te para a esquecer.
Ou numa tentativa inútil de a ultrapassar.
Escrevo-te sem censura.
Sem palavras cortadas.
Sem qualquer risco.
Sem quaisquer jogos mentais.
Escrevo-te num pedido de socorro.
De ajuda.
Escrevo-te para me libertar deste peso.
De todas estas palavras que sufocam.
Escrevo-te numa tentativa ilusória da busca de um caminho.
Numa forma de apagar sentimentos que não querem ser sentidos.
Escrevo-te para que as palavras saiam de mim.
Transparecem num outro lugar, que não eu.
Escrevo-te para ti, para todos, para um mundo encoberto, para uma realidade desconhecida.
Para que tudo o que sinto passe a transparecer num papel.
Não em mim.
Não nos meus sorrisos focados ou nas lágrimas caídas.
Por culpa de algo que não consigo proferir.
Está tatuado tão profundamente que não sai.
Independentemente de todas estas palavras escritas.
Esta fica.
Escrevo-te…mas esta última de significado absoluto, não a consigo transmitir, de forma a conseguir oprimi-la.
Apagá-la de mim.

Sunday, January 01, 2006

...*


Mais um ano se avizinha…
E tu continuas só.
Contigo mesma, sem mais ninguém.
Com a falta do outro alguém, do aconchego, da companhia.
Do abraço em noites frias.
Do beijo sem razão.
Do mostrar ao mundo um sorriso sincero.
Mais um ano de solidão.
Mais um ano porque sim.
Sem sonhos, sem motivações.
Sem saber o que fazer, sem um caminho para andar.
Mesmo que inseguro, mas no fundo certo.
Sem trilhos traçados, marcas na vida.
Sem ninguém.
Apenas tu.
E a falta começa a fazer-se sentir.
E o desejo aumenta.
Mas a tristeza também.
Sem olhares trocados, sem um outro alguém.
Falta a companhia.
Faltam as palavras nunca ouvidas.
Os segredos a meio da noite.
Um não dormir pela incerteza ou insegurança.
Falta pertencer a alguém.
Chega de não ter sido…de nunca ter sido…de nunca ter acontecido.
Do não saber.
A incerteza de uma vida marcada de lágrimas, mas sem ninguém para as limpar.
Um alguém diferente.
Um alguém esperado…desejado até…
E ao pensar nisto tudo passa uma noite…
Triste. Levada em lágrimas.
Sem ninguém.
Sem o outro alguém.