Wednesday, July 27, 2005

Palavras soltas...

"A terra ta soterrada de violência,
De guerra, de sofrimento, de desespero.
Agente ta vendo, tudo ta vendo agente,
Ta vendo o nosso espelho na nossa frente,
Ta vendo na nossa frente aberração,
Ta vendo ta sendo o visto querendo ou não,
Ta vendo no fim do túnel escuridão
Ta vendo a nossa morte anunciada,

Ta vendo a nossa vida valendo nada.
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã,
Porque se você parar pra pensar, na verdade não há.
O medo ta estampado na nossa cara,
O erro ta confirmado ta tudo errado,
O jogo dos setes erros que nunca para,
Sete, oito, nove, dez, cem,
Erros meus erros seus e Deus também,
Estupidez um erro simplório,
Tristeza, saudade por todos os lados,
Tortura, covarde humilha e destrói.
As balas invadem a minha janela,
Eu tava dormindo tentando sonhar
Sou um grão de areia no olho do furacão,
Em meio a milhões de grãos,
Cada um na sua busca,
Cada bússola num coração,
Cada um ler de uma forma o mesmo ponto de interrogação,
Nem sempre pode se ter fé,
Quando chão desaparece em baixo do seu pé.
Acreditando na chance de ser feliz,
Eterna cicatriz,
Eterno aprendiz, das escolhas que fiz,
Sem amor eu nada seria,
Ainda que eu falasse a língua de todas as etnias,
De todas as falanges e facções,
Ainda que eu gritasse os gritos de todas as legiões.
Palavras repetidas, mas quais são as palavras que eu mais quero repetir na vida?
Felicidade, paz. é
Felicidade, paz, sorte
Mas nem sempre a fraqueza que se sente
Quer dizer que agente não é forte."
(Gabriel O Pensador)

Olhas a terra.
Circunda-te a guerra, a destruição, o ódio.
És observado de todos os lados. O medo instala-se.
O porquê de seguir em frente…
O porquê de ser assim…persegue-te mas sem resposta.
Não entendes a destruição de um mundo. Não crês em tantos valores e ideais.
Pensas apenas numa luta sem luta. Numa paz futura.
Os erros feitos são cicatrizes…feridas que nunca mais desaparecerão.
Ficarão presos para sempre na memória de milhares de pessoas que acreditaram na união. Ficarão presas no coração. O qual vai perdendo as razões para bater…está frio.
E o medo continua a assolar-te. E a esperança continua a desvanecer-se. Mas o espírito de luta por um amanhã diferente mantêm-se.
A coragem não partiu para a guerra…ficou contigo.
Ensinou-te que vale a pena amar, acreditar, sonhar, mesmo que seja por breves instantes.
Fez-te apagar, por momentos, o medo.
Fez-te pensar no que te rodeia.
Fez-te pensar que também és forte.
Mas também tudo isto te lembrou que não sabes como será o amanhã…se poderá ser teu…ou se existirá sequer…
E assim, foste caminhando, encontrando palavras soltas no ar…
Amo-te…valeu a pena amar?
Paz…
Felicidade…
Futuro…?
Jogos, caminhos errados, trilhos traçados, pensamentos cruzados…
Vida…
Sonho…
Fortes…
Fracos…
A vida perdida…
Até quando?
Quem se esquece de nós?
Utopia…Outro Dia

Tuesday, July 26, 2005

Só...


Estás só.
Rodeada por tanta gente, mas no fundo sem ninguém.
Toda a gente te olha, toda a gente se ri.
Pois tu tens como amigos…o silêncio, três cadeiras e um cigarro.
O silêncio que se torna cada vez mais difícil de ouvir…de suportar.
Três cadeiras vazias, assim como tu. Assim como essa menina feita mulher que trazes contigo, mas que quase ninguém conhece ou entende.
E o cigarro que aos poucos vai desaparecendo, deixando um rasto de fumo, no qual um dia te gostarias de perder.
A espera é longa. Os minutos vão passando devagar.
Tens como fundo uma janela para o mundo.
Tens com fundo um burburinho…conversas entrelaçadas entre as gentes. E uma música melancólica que te acalma.
A primeira cadeira é ocupada pela esperança. Aquela que se havia perdido por caminhos tortuosos, mas que agora voltava para te incentivar.
A segunda cadeira é ocupada pelo reconforto, aquele que sempre que precisas está por perto…de braços abertos para te ouvir, para te limpar lágrimas e te fazer sorrir.
A terceira cadeira…mantêm-se vazia. Deixando ao sabor da imaginação o que poderá existir lá. Será tempo passado…ou que está por vir. A solidão que se foi embora...e um sonho por concluir.
Cabe a ti escolher o caminho…quem o melhor para lá se sentar. Para se acabarem as tardes de verão sós. Nas quais tu buscas o refugio do calor ou da dor, tentando evitar pensamentos. Mantendo-te rodeada de gente, mesmo estando só.

Deixa-te ficar...


"Tenho livros e papeis espalhados pelo chão.
A poeira duma vida deve ter algum sentido:
Uma pista, um sinal de qualquer recordação,
Uma frase onde te encontre e me deixe comovido.

Guardo na palma da mão o calor dos objectos

Com as datas e locais, por que brincas, por que ris
E depois o arrepio, a memória dos afectos
Mmmmmm Que me deixa mais feliz.

Deixa-te ficar na minha casa.

Há janelas que tu não abriste.
O luar espera por ti
Quando for a maré vasa.
E ainda tens que me dizer
Porque é que nunca partiste...

Está na mesma esse jardim com vista sobre a cidade

Onde fazia de conta que escapava do presente,
Qualquer coisa que ficou que é da nossa eternidade.
Mmmmmmm Afinal, eternamente.

Deixa-te ficar na minha casa.

Há janelas que tu não abriste.
Deixa-te ficar na minha casa.
Há janelas que tu não abriste.
O luar espera por ti
Quando for a maré vasa.
E ainda tens que me dizer
Porque é que nunca partiste..."

(Deixa-te ficar na minha casa - Filarmónica Gil)

Não resisti a por esta música aqui.
Talvez por ser tão bonita e dizer tanto ao mesmo tempo.
Talvez por nunca ter entendido estas palavras.
Talvez por fazerem todo o sentido.
E quando paro e penso no que se passa e me revejo aqui...
Caí uma lágrima...de mistura de sentimentos.
Que eu um dia gostava de perceber.
Mas isso já seria entender o significado de tanta coisa...que é tão bom ir desvendando aos poucos. Com todo o seu misticismo.
O tempo que passou, que passa e que terá de passar...a constante Utopia...que já vem de há tantos anos.
E porque existem tantas memórias...tantas marcas, tantos sonhos...uma partida que nunca se chegou a realizar. Um novo dia, uma nova forma...sempre algo novo que fica por explicar.
E porque existem tantas janelas ainda por abrir

Monday, July 25, 2005

Avante


Avante...
O mundo que etá por detrás de um dos melhores eventos culturais anuais do nosso país.
Avante...
Onde o sonho é possivel...onde a luta é contínua...
Avante...
Um mundo à parte...um mundo melhor...
Avante...
Marcado pela união, pela paixão, por tudo aquilo em que se pode acreditar.
São três dias mágicos, que nos elevam. Que nos fazem acreditar que tudo um dia poderá ser como sempre quisémos.
Avante...
Onde preconceitos são esquecidos, diferenças apagadas.
Luta e liberdade acima de tudo...Por um futuro diferente, para um dia melhor, para o Outro Dia - Utopia

"Penso em ti
Que continuas a sonhar enganado
Penso em ti
Que continuas a dormir acordado
Busco no suor
Da nossa dor
Aquilo que nos querem tirar
A nossa verdade que é a Liberdade"

(Liberdade - Vitor Rosa)

Avante...
A terra dos sonhos!

"Se queres ver o mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar p'ra fora sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar.
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso
Eu estou ao teu alcance
Tens de me encontrar

Na Terra do Sonhos
Podes ser quem tu és ninguém te leva a mal
Na Terra dos Sonhos
Toda a gente trata a gente toda por igual
Na Terra dos Sonhos
Não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos
Escuta bem o coração
Se é que queres ir para lá morar"
(Jorge Palma)

Sunday, July 24, 2005

Quando um Homem se põe a pensar... II




"Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homem
Se põe
A pensar


Quem lá vem
Dorme à noite
Ao relento
Na areia
Dorme à noite
Ao relento
Do mar

E se houver
Uma praça
De gente
Madura
E uma estátua
De febre
A arder

Anda alguém
Pela noite
À procura
E não há
Quem lhe queira
Valer


Vejam bem
Daquele homem
A fraca
Figura




Desbravando
Os caminhos
Do pão

E se houver
Uma praça
De gente
Madura
Ninguém vai
Levantá-lo
Do chão

Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homem
Se põe
A pensar

Quem lá vem
Dorme à noite
Ao relento na areia
Dorme à noite
ao relento do mar"

Vejam bem - Zeca Afonso

Saturday, July 23, 2005

Sonho partido...


"When you get caught in the rain,with nowhere to run. When you're distraught and in pain,without anyone. When you keep crying out, to be saved, but nobody comes and you feel so far away. That you just can't find your way home. You can get there alone.It's okay. What you say is. I can make it through the rain. I can stand up once again,on my own,and I know,that I'm strong enough to mend. And I live one more day and I make it through the rain. And if you keep falling down. Don't you dare give in. You will arise,safe and sound. So keep pressing on,stedfessly and you'll find what you need. And when the wind blows.As shadows grow close.Don't be afraid.There's nothing you can't face.And sure they tell you.You'll never pull through.Don't hesitate.Stand tall and say." (Through The Rain - Mariah Carey)
Mas hoje não acreditas nisto. Não faz sentido. Hoje não te sentes capaz de nada... and
"Sometimes you can’t make it on your own " (U2)

"...And it hurts even more to have to be with somebody else And it’s so hard to do And so easy to say But sometimes you just have to walk away With so many people to love in my life Why do I worry about one...They say time will make all this go away But it’s time that has taken my tomorrows and turned them into yesterdays And once again that rising sun is dropping on down And it’s so hard to do and so easy to say But sometimes you just have to walk away..." (Walk Away - Ben Harper)

"O sol no céu já não brilha Foi-se o calor...O sol no céu já não brilha Foi-se o amor. Não sei se hei-de rir ou de chorar..." (Tão Estranho - Entre Aspas)

Quando tudo deixa de fazer sentido...as lágrimas caídas, o tempo perdido, pois já não existem mais lágrimas para chorar, nem tempo para perder. Quando tentas encontrar as palavras certas, reconfortantes...para acabarem lágrimas, para acreditares em ti, mas tu...já não acreditas em nada. Quando te agarras com unhas e dentes a um sonho e vês que ele se desmoronou...partiu-se em mil e um pedaços, e tu já não os consegues juntar, pois falta-te a força, a coragem. Pois tudo partiu tal como o sonho que tu acreditas-te, que te mostraram...que tu em vão pensaste um dia ser possível. E agora olhas para ti, bem cá no fundo e vês um vazio enorme. Tudo tão escuro como breu. Onde as palavras já não são explícitas como antes e tu já não queres dar mais nenhum passo em frente, pois tens medo de arriscar novamente. Quando a sorte te passa ao lado, como se tu não existisses e continuas à espera do tal dia, do tal amanhecer diferente e que nunca aparece..do Outro Dia Utopia...mas só te vem uma frase à memória...Parem o Mundo...Eu quero sair!

Thursday, July 21, 2005

LUTA_Avante Camarada!



Levar adiante um sonho, uma fantasia
Usurpar sem medos uma razão
Travar uma batalha, uma Utopia,
Avante camarada, irmão!

Miana.
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2, 3 e 4 de Setembro, Festa do Avante!

Artistas do Avante 2005 =))


Bunnyranch

Blasted Mechanism

Brigada Victor Jara

Blues Fest
The Ottis Grand Rhythm & Blues Extravaganza

Coro Lopes Graça da Academia de Amadores de Música

Clã

Da Weasel

Dazkarieh

Dr. Calypso

Estardalhaço Brass Band

Galandum Galundaina com Pauliteiros de Miranda

Joana Rios
"Joana Rios canta Ella Fitzgerald"

Jon Luz

Ljiljana Butler & Mostar Sevdah Reunion

LusoTango

Kussondulola

Nancy Vieira

Nelson Cascais e o Nelson Cascais 5teto

Primitive Reason

Realejo

Ricardo Ribeiro

Skàrnio

Telectu

Terrakota

O Tempo e o Fado
Maria Amélia Proença/ Carla Pires/ António Zambujo/ Helder
Moutinho/Marco Rodrigues

Toques do Caramulo

Xutos e Pontapés


Acho que vale a pena. São só 17 euros =P

http://www.pcp.pt/actpol/temas/f-avante/festa2005/index.htm


Wednesday, July 20, 2005

Utopia


Utopia…
Aquele ideal
Aquele sonho inacabado
Tudo por se concretizar
Utopia…
Tudo o que um dia gostarias de alcançar O quanto gostarias de amar
Tentar penetrar o seu olhar


Utopia…
A criação de tudo o que quiseres
A palavra que mexe com todos e contigo
Palavra que não deixa ninguém indiferente
Utopia…
Que te faz dar o passo em frente
Que te faz acreditar em algo novo, melhor…
Que te faz acreditar que podes alcançar tudo com salto
Com um olhar…
Com um beijo…com um abraço…
Com uma simples palavra…
Num novo amanhecer…
Num novo dia…Utopia

“Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
Gente igual por fora

Cidade do homem
Não do lobo, mas irmão
Capital da alegria

Homem que olhas nos olhos
Que não negas
O sorriso, a palavra forte e justa
Homem para quem o nada disto custa
Será que existe
Lá para os lados do oriente
Este rio, este rumo…?
…”

(Utopia - Zeca Afonso)

Quando um homem se põe a pensar...






Disseram-me um dia que o homem não pode ter mais do que aquilo que lhe é dado. Que acima da vontade dum homem, existe a vontade de um mundo, gerido por outros homens, homens a quem os sonhos pouco interessam e que continuam sempre a querer mais, mais poder, mais força.
Esses homens são poucos, mas fazem a diferença, num mundo em que ninguém ergue a cabeça para lutar seja pelo que for, por um mundo em que nos amarram às leis de ninguém, às ideias fechadas de quem não sonha, de quem quer controlar o homem, os homens.

Essa voz que me falava vinha de cima, era uma voz cava e funda, autoritária, ouvi-a por muitos anos, acreditei-a.

Certa vez em que seguia esquecida do sonho, nesses caminhos de ninguém, ouvi outra voz. Esta voz dizia-me que olhasse para cima. A medo olhei. Descobri a lua. Era linda. Estava cheia, redonda, iluminava um céu negro e do qual eu não via o fim.
Essa voz disse-me que podia ser minha. Disse-me também que a voz que eu outrora ouvira mentia, que o homem é feito da mesma matéria com que se entrelaçam os sonhos e que não há nenhum homem que seja o único detentor de razão. Disse-me que podia lutar para conseguir a lua, que podia querer mais do que aquilo que me era dado, que me era imposto, eu podia ser mais do que aquilo que de mim faziam, eu podia ser livre.
Essa voz não vinha de cima.
Essa voz não vinha de baixo.
Essa voz vinha dum lugar distante, dum lugar em que todos somos iguais, dum lugar em que os sonhos vivem submersos mas têm espaço para viver. Essa voz era igual à minha, mas era livre porque sonhava, era livre porque me ensinava coisas novas, me abria mundos e ideias, era livre porque acreditava além do que aquilo que lhe era dado.
Então compreendi, que todas as noites a lua estava no céu, que eu podia sempre estender a mão, não a alcançar, mas que era de meu direito quere-la, desejá-la e fazê-la minha, nem que fosse no instante em que estendia o braço e tentava apanhá-la.
A lua nem sempre se via, havia noites em que desaparecia, outros em que crescia, noutros diminuia, noutros ainda aparecia cheia a lembrar-me do sonho, mas eu sabia-a sempre lá a alimentar-me... o sonho.
O dia nascia, eu não tinha conseguido fazer a lua minha, mas eu sabia, que outra noite havia de vir, que a cada dia que passava a luta era maior, e derepente deixei de ouvir a voz que vinha de cima, deixei de fechar os olhos quando o sol brilhava, esperava a noite, a lua, outro dia, uma nova Utopia.






"Livre não sou,
que nem a própria vida
Mo consente
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.

Livre não sou,
mas quero a liberdade.
Trago-a dentro de mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua!"

Miguel Torga



Miana.

Tuesday, July 12, 2005

Chega aquele dia...


Chega aquele dia em que estás cansada.
Chega aquele dia em que já não tens paciência para nada.
Chega aquele dia em que estás farta.
De sonhar...
De querer...
De não acontecer...
De querer poder e …nada.
Chega aquele dia e nada mudou.
Chega aquele dia e tu já não consegues ouvir:
“Quando tiver de ser é.
Se não foi desta será depois.
Será num amanhã.
Se calhar não tinha de ser assim.”
Chega aquele dia e tu dizes…porra!
Porquê?
Estou farta de tudo isto...
Do não é…do amanhã…do depois…do futuro…do sonho…da constante utopia.
Chega aquele dia e tu queres o agora!

Queres o momento!
Queres encontrar-te!
Queres completar-te !
Queres sentir-te amada, acariciada, aliviada de ti, dos outros…de todos os outros…do mundo!
Tu entendes que não consegues esconder sentimentos.

Esquecer momentos.
Tu entendes que precisas de alguém por mais que o queiras omitir...por mais que queiras fingir...fugir até.
E nesse mesmo dia queres sentir-te segura, protegida, rodeada.
Chega aquele dia e tu queres dizer que sim!
Correr o risco, dar o passo, viver o amor!
Chega aquele dia e tu queres viver o teu sonho de à tanto tempo.
Chega aquele dia e tu queres ver a tua realidade diferente.
Chega aquele dia e tu dizes que tudo te passa ao lado.
Chega aquele dia em que estás bem e que afinal não precisavas desse amor.
Mas também nesse dia tu sentes…que lá no fundo estás triste...estás vazia.
Lá no fundo sentes que te falta algo a preencher, a encher a alma.
Sentes falta daquele amor…daquele que nunca tiveste.
Que nunca conheceste.
Que nunca sentiste.
Daquele que te ofereceram já quando tu partiste.
Daquele que agora sentes…queres sentir…
Daquele que chegará quando chegar aquele dia.

Monday, July 11, 2005

Mais um pouco...



Suspiro…respiro…espero…
É só mais um pouco.
Inspiro…não temo…não choro…
É só mais um pouco.
Caminho…percorro…insisto…
É só mais um pouco.
Anseio…sorrio…luto…
É só mais um pouco.
Eu quero mas…
É sempre mais um pouco…é sempre depois…é sempre amanhã…é sempre a manhã submersa…é sempre futuro…é sempre brincar com o tempo.
Não pensar…agora.
Não ir…agora.
É só mais um pouco para
O depois
O amanhã
O futuro…
Suspiro…respiro…inspiro…não choro…insisto…luto…espero… não temo…anseio…sorrio!
È só mais um pouco…

E este mais um pouco passou.
E este mais um pouco deu lugar a um novo espaço…a um novo mundo.
E este mais um pouco deu lugar ao nosso mundo…
E este mais um pouco deu lugar a Outro dia...Utopia